Florianópolis, 349 anos
Ser um manezinho da ilha com consciência de classe é viver em eterna dissonância cognitiva. Metade de mim ama Florianópolis. É onde nasci e, junto com São José, onde me criei. Ainda criança, meus pais me levavam para andar no Centro da cidade, pular nas mesas da Felipe Schmidt, brincar no Parque Dona Tilinha (onde, em um domingo movimentado de 1991, baixei as calças e larguei um barro), jogar bola nas quadras do CDS da UFSC - e também no Beira-Valo e na Praça de Nossa Senhora de Fátima (valeu, vovôs!) -, comprar camiseta de time de futebol pirateada no Mercado Público (“é désh reásh!”), subir as dunas da Lagoa da Conceição (e, pelo menos uma vez, resolver descê-las correndo e dar de cara na areia) e comer picolé de brigadeiro no Ceisa Center. Na adolescência, Florianópolis foi onde enterrei meu avô, 0 Antônio Laguna do Philippi S.A., tijucano de nascimento e avaiano com muito orgulho. Ainda nessa fase eu descobri os sebos da João Pinto e da Hercílio Luz, fiz cursinho pré-vestibular, de